Equipamentos de Raio X
O processo de produção de uma imagem radiológica é composto basicamente por uma fonte geradora de radiação, o objeto de irradiação (corpo do paciente) e um sistema de registro do resultado da interação do feixe de fótons com o corpo, normalmente, o filme radiográfico sensível à radiação X ou à luz. Associados à fonte e ao sistema de registro, temos dispositivos que servem para atuar sobre a emissão e forma do feixe de radiação, de maneira a tratá-lo convenientemente para produzir imagens que possuam validade diagnóstica.
Atualmente, existem vários tipos de equipamentos radiográficos produzidos por inúmeras empresas espalhadas pelo mundo. Todos os equipamentos possuem os mesmos componentes básicos e funcionam segundo o mesmo princípio de produção e detecção ou registro da imagem.
A tecnologia digital de registro e armazenamento das imagens geradas está ocupando o espaço do filme radiográfico, permitindo o tratamento de imagens e o envio das mesmas para locais distantes da sala de exames para análise por profissionais da aérea radiológica. O que varia nos equipamentos é a forma, tamanho, capacidade de produção de raios X e alguns mecanismos ou acessórios que permitem maior flexibilidade no uso do aparelho, além, da questão da qualidade da imagem e da dose de radiação que o paciente se
– Equipamento de Raio X convencional: este tipo de equipamentos corresponde ao mais comum de ser encontrado em salas de Radiologia Convencional. Possui uma mesa horizontal (Potter horizontal) para a realização de exames em decúbito, a qual realiza movimentos em todas as direções de forma a centrar a estrutura em estudo com o centro do detetor de imagem (que se encontra numa gaveta acoplada a este sistema). Superiormente ao potter horizontal encontra-se a ampola de Raios X, apresentando comandos que permitem controlar o sistema de colimação (limitar o feixe de radiação) e ligar a luz de centragem.
Todos estes equipamentos de Radiologia Convencional possuem um componente que transforma a intensidade da corrente elétrica normal (com tensões de 110 V a 220) em correntes de 40 kV a 200 kV (kV – Kilovoltagem: parâmetro técnico), utilizadas pelos técnicos de Radiologia para a realização de radiografias de diagnóstico. Para além disso, corrigem a corrente alternada que chega aos postos de eletricidade em corrente continua necessária ao funcionamento destes equipamentos. Estes componentes denominam-se por gerador e transformador.
– Equipamento de Raios X móvel: este equipamento funciona como um bloco de Radiologia Convencional móvel, apresentando uma ampola de Raios X convencional acoplada a uma mesa de comandos que permite controlar todos os parâmetros técnicos necessários (como colimação, luzes de centragem e valores de parâmetros de aquisição). Importante destacar que este dispositivo apresenta um comando de emissão de radiação que permite manter uma distancia de segurança radiológica na altura da emissão de radiação. Neste equipamento não existe potter, uma vez que o recetor de imagem é colocado em contacto com a estrutura a radiografar (quer sejam diretos ou indiretos).
– Equipamento de Raios X com Fluoroscopia: aparentemente, este equipamento é semelhante ao equipamento de Raios X convencional, no entanto permite obter imagens em tempo real durante um certo período de emissão de radiação. Este equipamento apenas dispõe de um ‘potter horizontal’, uma vez que neste caso a mesa do equipamento é basculante, permitindo assim comandar os movimentos de forma a coloca-la tanto numa posição horizontal, vertical ou com diversos graus de inclinação.
Este tipo de equipamentos mostram-se assim versáteis no que respeita à diversidade de exames que realiza, uma vez que para além dos exames radiográficos convencionais permite realizar estudos contrastados, quer sejam do aparelho digestivo, reprodutor e urinário (uma vez que permite acompanhar o trajeto do produto de contraste no interior do organismo).
– Equipamento em Arco em C (com fluoroscopia): este equipamento é constituído por dois módulos: um primeiro módulo corresponde ao Arco em C, que contem a ampola de Raios X, o intensificador de imagem (que funciona como um recetor de imagem digital direto) e a consola de comando para controlar os parâmetros de aquisição; um segundo módulo que é constituído por dois monitores de visualização das imagens adquiridas (um em tempo real e o outro para manter imagens de referência).O arco em C, na sua posição normal, possui superiormente o intensificador de imagem e inferiormente a ampola de raios X. No entanto, este equipamento radiológico mostra-se bastante versátil, pelo que permite realizar uma grande variedade de movimentos como deslocamentos horizontais, verticais, transversais e em bloco, assim como rotações orbitais e em pivot.
Este equipamento é essencialmente utilizado no Bloco Operatório e Salas de Intervenção, dando assim apoio a diversas especialidades médicas como Ortopedia, Neurologia, Cirurgia Vascular, Urologia e Cardiologia.
– Equipamento de Ortopantomografia e Cefalometria: a Ortopatomografia (também conhecida por Radiografia Panorâmica) é obtida por um aparelho radiográfico denominado por Ortopantomografo. Este equipamento possui um apoio para a cabeça e dentes, possuindo um sistema fixador para imobilização e um sistema de centragem com linhas laser. A imagem é conseguida com uma rotação síncrona entre a ampola de raios X e o detector de imagem (directo ou indirecto) em redor do paciente imóvel.
A cefalometria, também conhecida como Teleradiografia (radiografia com maior distância entre a ampola de Raios X e o detetor de imagem), serve-se da ampola e estrutura de um equipamento de Ortopantomografia, acrescentanto apenas um apoio para o detector mais distante do Ortopantomografo. Assim, conseguem obter-se estudos radiográficos de perfil da região da cabeça, essenciais para estudos métricos do crânio e estudos de estomatologia. Este equipamento é essencial para exames complementares de diagnóstico em estomatologia, permitindo estudar toda a estrutura óssea e dentária da região.